22 de outubro de 2015

Jogo de Faz-de-Conta



“Quando vemos uma criança brincando de faz-de-conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos causa é que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do significado que os objetos assumem dentro de um contexto. Assim os papéis são desempenhados com clareza: a menina torna-se mãe, tia, irmã, professora; o menino torna-se pai, índio, polícia, ladrão sem script e sem diretor. Sentimo-nos como diante de um miniteatro, em que papéis e objetos são improvisados.” (Vieira, 1978 apud BOMTEMPO; KISHIMOTO (org.), 2002, p.57)


O caráter simbólico desse tipo de brincadeira também ganha outros nomes, como, por exemplo, jogo simbólico, jogo socio-dramático ou jogo de papéis, de modo que é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, pois é uma forma pela qual ela aprende a desenvolver papéis sociais, que podem montar a sua personalidade no futuro.

“Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua intenção com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui.” (BOMTEMPO; KISHIMOTO (org.), 2002, p.59) É uma brincadeira na qual, a criança se baseia na realidade para criar e elaborar histórias, mas também para dominar e criar situações à sua maneira de forma a levá-la a enfrentá-las.

“Por meio da atividade lúdica, a criança vivencia experiências e aprende com elas, pois é pela imitação que a criança vê o mundo. Brincando ela desenvolve o cognitivo, o que possibilita aprender a conviver com conflitos que surgem durante essas atividades, estimulando assim, o raciocínio. Outro fato importante é o amadurecimento das habilidades motoras que é proporcionado pelas brincadeiras.” (SILVA e RUBIO, 2014, p.2)

“É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem a oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos, onde ‘ela restabelece seu controle interior, sua auto-estima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros’.” (Garbarino e colab., 1992 apud BOMTEMPO; KISHIMOTO (org.), 2002, p.69)

Dessa forma, é através do lúdico que a criança “[...] desenvolve a imaginação, raciocínio, habilidade,” permitindo-lhe “uma aprendizagem prazerosa. É uma fase do ensino que permite a criança expressar sua espontaneidade.” (SILVA e RUBIO, 2014, p.14)


Referências da Pesquisa:

KISHIMOTO, Tizuko M. (org.). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. Editora Cortez, São Paulo, 6ª edição, 2002.

SILVA, Roseli Apª dos S. da e RUBIO, Juliana de A. S. A Utilização do Jogo Simbólico na Educação Infantil. Revista Eletrônica Saberes da Educação, vol. 5, nº 1, 2014. Disponível em: http://www.uninove.br/marketing/fac/publicacoes_pdf/educacao/v5_n1_2014/Roseli.pdf

Sem comentários:

Enviar um comentário