“Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
pioneiro na sistematização do conceito, a segunda mais importante expressão do
capital, à qual precede apenas o capital econômico portado pelos agentes
sociais. Engloba prioritariamente, a variável educacional, embora não se limite
apenas a ela.” (NEVES, PRONKO e MENDONÇA, retirado do
site Dicionário da Educação Profissional em Saúde)
Assim,
por essa razão destaca-se a forma com a qual, ainda ocorre a segregação de
classes no país. É como se aqueles, que antes tinham o poder econômico, agora,
dominassem o acesso ao conhecimento como uma forma de se manterem com o status
e o poder ao invés, de utilizarem-se da coroa, título ou posses (como ocorria
antigamente) para se afirmarem como tal. Isso ocorre através do que o sociólogo
chamou de capital cultural, que como
é descrito no vídeo é uma metáfora usada por Bourdie, que diz que:
“[...]
a cultura em uma sociedade dividida em classes se transforma numa espécie de
moeda que as classes dominantes se utilizam para perpetuar as diferenças. [...]”
Isso
ocorre porque como o que é valorizado pela classe maior são bens de alto valor
econômico (como entrada em museus pagos, instrumentos de música clássica,
eventos, entre outros), sua influência faz com que esses mesmos bens sejam
valorizados pela educação e pelo método tradicional de ensino escolar, que
prega que a escola é igualitária para todos, mas que na prática, essa igualdade
é quase que inexistente.
Mas o que isso tem haver com a
educação infantil nas escolas e creches?
A
partir do momento, que o capital cultural ainda é muito influente nos dias
atuais. Observa-se que durante os primeiros anos de ensino, ele pode ser
decisivo para influenciar o desempenho escolar, pois quando se cobra os
conteúdos a um determinado aluno, esquece-se que sua vida pessoal ou a vida dentro
do ambiente escolar pode influenciá-lo consideravelmente. E as crianças, nos
primeiros anos de ensino estão mais adeptas a serem influenciadas, porque ainda
são jovens, vulneráveis, ingênuas e tudo lhes é novo.
Quando
se pensa em capital cultural nas escolas também se leva em conta, a falta de
estrutura em sala, entre outros fatores que podem prejudicar o desempenho do
estudante em sala de aula. Mas para esse texto, refere-se apenas ao capital de
cultura, que vem inclusive, dos valores que são ensinados das famílias para as
futuras gerações e dentro da sociedade e seus valores.
Mas como observar as influências do
capital cultural descritos por Bourdie?
É simples.
Como
visto no vídeo, a partir do momento que uma criança de uma classe social menor,
não possui acesso ao que uma criança rica possui, ela vai se sentir perdida no
conteúdo, vai sentir dificuldade de compreendê-lo e consequentemente, poderá
até mesmo se sentir mal por não estar conseguindo acompanhar os demais colegas
de sala de aula. E isso poderá fazer, com que aos olhos dos outros, até mesmo
do próprio professor, ela não seja considerada uma criança esforçada ou então seja
considerada incapaz de conseguir entender o que lhe está sendo ensinado.
É
por isso, que conscientizar as pessoas a cerca do que seria capital cultural,
pode lhes mostrar que elas podem conquistar muito mais do que aquilo que elas
imaginaram que podiam.
E
conscientizar a respeito do capital cultural, também é uma forma de fazer com
que a sociedade lute pela igualdade de direitos em sala de aula e as pessoas tornem-se
mais participativas do desempenho de seus filhos, professores, funcionários,
diretores, assim como da sociedade como um todo, de forma que juntos, possamos
tornar o mundo um lugar melhor para todos.
O
vídeo acima foi escolhido para facilitar a compreensão do leitor sobre o tema
abordado nessa postagem, ele foi realizado pela UNIVESP.
Fonte da Pesquisa: http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/capcul.html
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